O Paraná encerrou 2024 como o estado brasileiro com o melhor desempenho na relação entre potência instalada e unidades consumidoras (UC) em Geração Distribuída (GD), pelo terceiro ano consecutivo. Esse modelo, que permite a geração de energia próxima ao local de consumo, cresceu significativamente no estado, com destaque para a expansão das instalações de energia solar.Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostram que o Paraná alcançou a marca de 15,8 quilowatts (kW) por unidade consumidora, o melhor índice do Brasil. O desempenho reflete um crescimento estruturado, sustentado por políticas públicas como o Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), lançado há três anos, e pelo Banco do Agricultor Paranaense, que oferecem suporte técnico e financeiro para agricultores e agroindústrias.Desde a criação do RenovaPR, mais de 9.375 projetos de energia renovável foram aprovados no estado, totalizando R$ 1,49 bilhão em investimentos, segundo o Governo do Estado. Esses projetos contribuíram para que setores com alta demanda energética, como avicultura, piscicultura, cadeia leiteira e agroindústrias, adotassem sistemas de geração própria de energia, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência.Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, a política estadual tem sido decisiva para a modernização da matriz energética no meio rural. “Esse é um dado importante para mostrar que o Estado também tem instalações com energia renovável que atendem residências ou unidades com pouco consumo, mas evidencia que a maioria dos investimentos estão vinculados aos setores que mais demandam energia, com vistas a apoiar a produção. Praticamente todos os empreendimentos no Estado nos setores de avicultura e piscicultura de água doce já possuem produção própria de energia, o que significa dizer que o Paraná conseguiu avançar bastante nessa política pública”ressalta ele.Embora tenha sido o quarto colocado em potência total instalada em 2024, com 706 MW — atrás de São Paulo (1.478 MW), Minas Gerais (811 MW) e Mato Grosso (718 MW) —, o Paraná lidera em eficiência, superando estados de maior território e número de unidades consumidoras. Minas Gerais, por exemplo, alcançou 14,7 kW/UC, enquanto São Paulo registrou 9,6 kW/UC.O crescimento também fortalece o compromisso do Paraná com a sustentabilidade e a economia rural. A energia solar, que representa quase 100% das instalações de GD no estado, tem impulsionado pequenos e médios produtores, especialmente os que se beneficiaram das linhas de crédito subsidiadas pelo Banco do Agricultor Paranaense.
