A melhoria do suprimento de energia elétrica nas regiões isoladas da Amazônia continua sendo um dos grandes desafios do setor energético brasileiro. Essas áreas, caracterizadas por distâncias remotas e dificuldades logísticas, demandam soluções específicas que considerem tanto a sustentabilidade ambiental quanto a inclusão social.Os Sistemas Isolados, que fornecem energia elétrica para estados como Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além da Ilha de Fernando de Noronha (PE), são fundamentais para atender comunidades fora do alcance das redes interligadas. No entanto, a geração de energia nessas localidades ainda depende, em grande parte, de combustíveis fósseis, o que aumenta os custos e os impactos ambientais.Por isso, em reunião na última semana, o MME debateu junto a especialistas o planejamento energético, inovações tecnológicas e estratégias para melhorar a qualidade do suprimento de energia elétrica nas regiões isoladas.Na ocasião, os especialistas apontaram que levar energia para essas comunidades requer abordagens diversificadas, que vão além de uma solução única. De acordo com Woochong Um, CEO da Aliança Global de Energia para Pessoas e Planeta (GEAPP), “tem vários pontos que irão exigir outros tipos de soluções. A GEAPP está trabalhando em parceria para levar a questão da energia e outros insumos para muito mais pessoas”. O envolvimento das populações locais no planejamento e na implementação das soluções é frequentemente citado como um ponto crítico para garantir a eficiência e a adequação das iniciativas.Além disso, programas como o Luz para Todos, que busca universalizar o acesso à energia elétrica em áreas remotas, e a revisão da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), têm papel importante para reduzir a desigualdade energética na região. Apesar dos avanços, especialistas alertam para a necessidade de ampliar o planejamento e a execução de projetos voltados especificamente para as condições únicas da Amazônia.Neste caso, a transição energética acaba vista como uma oportunidade para reduzir a dependência de combustíveis fósseis nos Sistemas Isolados. A adoção de usinas híbridas, que combinam fontes renováveis, como solar e eólica, com geração convencional, é uma das estratégias previstas para os próximos anos. Esses projetos, que serão implementados no âmbito do leilão previsto para 2025, têm o potencial de diminuir custos, emissões de carbono e a vulnerabilidade do sistema.Até 2030, iniciativas como o Programa Energias da Amazônia (PEAM) visam integrar políticas públicas, concluir obras de interligações e implantar sistemas mais eficientes. Essas ações buscam reduzir a pobreza energética e minimizar impactos negativos sobre comunidades vulneráveis. No entanto, a execução dessas metas exige esforços coordenados entre governos, organizações da sociedade civil e setor privado, além de maior transparência no planejamento e acompanhamento das medidas implementadas.