A expansão da micro e minigeração distribuída (MMGD) no Brasil somou 2,13 gigawatts (GW) de potência instalada nos três primeiros meses de 2025, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). As informações foram extraídas do painel interativo da Agência, com base em dados enviados pelas distribuidoras de energia elétrica até o dia 14 de abril.Ainda segundo a ANEEL, aproximadamente 300 mil unidades consumidoras passaram a ser beneficiadas com créditos de energia por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). Esse sistema permite que a energia excedente gerada pelos consumidores seja injetada na rede de distribuição, gerando créditos a serem utilizados posteriormente.Somente em março, foram instaladas 55.707 novas usinas de MMGD, que juntas adicionaram 584,36 megawatts (MW) ao sistema elétrico nacional. A maioria das unidades é composta por sistemas solares fotovoltaicos, com destaque também para uma usina eólica e uma termelétrica a biogás de resíduos sólidos urbanos.Panorama por estadosSão Paulo liderou o ranking de expansão no trimestre, tanto em número de instalações quanto em potência: 31.616 sistemas entraram em operação, totalizando 273,88 MW. Goiás e Minas Gerais também apresentaram crescimento significativo. Em potência instalada, Goiás somou 223,29 MW e Minas Gerais, 205,52 MW. Já em quantidade de sistemas, Minas Gerais registrou 16.793 novas unidades, seguida por Mato Grosso, com 14.864.Até 31 de março, o painel da ANEEL contabilizava cerca de 3,4 milhões de sistemas de micro e minigeração distribuída conectados à rede, com potência total próxima de 38,44 GW. Os dados foram atualizados às 11h50 do dia 14 de abril.Perfil das unidades consumidorasSegundo a ANEEL, os consumidores residenciais representam aproximadamente 80% das unidades em operação (cerca de 2,7 milhões). O setor comercial é responsável por 10% dos sistemas (340,8 mil), enquanto a área rural responde por 8,61% (292,7 mil sistemas instalados).A ANEEL também explica que os números da geração distribuída não são somados à geração centralizada, uma vez que os modelos de uso e comercialização da energia são distintos. A geração centralizada — proveniente de grandes usinas — é comercializada por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), seja no ambiente regulado (ACR) ou no livre (ACL). Já a MMGD é utilizada prioritariamente pelo próprio consumidor gerador ou por unidades a ele associadas, com os créditos compensando o consumo na conta de luz.
